Quem tem sangue tipo 'A' desenvolve forma grave da Covid-19 mais facilmente, diz estudo

Pessoas com tipo sanguíneo A que contraem o coronavírus possuem probabilidade 50% maior de precisar de oxigênio ou entrar em ventilação mecânica. É o que aponta um estudo da chamada Iniciativa Genética Anfitriã da Covid-19, que reúne mil pesquisadores em 46 países. 

 

Esses cientistas, de acordo com o jornal "The New York Times", estão analisando o DNA em busca de pistas para entender como o novo coronavírus age no corpo humano.

 

A idade e possuir doenças crônicas já foram entendidos como fatores que colocam as pessoas sob um risco maior de desenvolver casos mais graves da Covid-19. No entanto, a ideia dos geneticistas é identificar, por meio do DNA, pacientes que vão precisar de tratamento mais agressivo.

 

Segundo Andre Franke, geneticista molecular da Universidade de Kiel, na Alemanha, foram analisadas amostras de DNA de 1.610 pacientes que precisaram receber oxigênio ou se submeter ao respirador artificial.

 

Os pesquisadores sequenciaram 9 milhões de letras genéticas do genoma de cada paciente, e depois fizeram a mesma coisa em 2.205 doadores de sangue que não tiveram a doença.

 

Um número alto de pacientes que ficaram em estado grave compartilhavam as mesmas variantes. Os cientistas acharam dois "loci", que são pontos no genoma. Em um desses lócus, encontra-se o gene que determina o tipo sanguíneo de cada indivíduo.

 

Ninguém sabe ao certo o por quê o tipo sanguíneo A é o que tem mais chances de desenvolver um caso grave da doença, mas um estudo chinês já tinha compartilhado dos mesmos resultados.

 

O outro lócus, presente no Cromossomo 3, aponta uma ligação mais forte com a Covid-19, mas ainda não é possível qual dos 6 genes presentes lá influencia no avanço da doença no corpo.

 

O estudo foi iniciado em fevereiro, quando a doença começou a ganhar força no mundo inteiro. Franke chamou os seus colegas para colaborarem com médicos da Espanha e da Itália para identificar as variações genéticas presentes nas pessoas que tinham casos mais graves da Covid-19. 

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